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E se... (Uma análise da convocação da seleção brasileira)
Por: José Marinho
 

O técnico espanhol Moncho Monsalve definiu as 28 mãos que decidirão se continuaremos no completo inferno astral da última década ou se poderemos ver um pouco de luz no fim do túnel. Nenhuma grande surpresa na lista. Baby, Anderson, dois garotos e o retorno de 83% (10/12) do grupo convocado por Lula para o Pré-Olímpico de 2007. Resta saber é com que atitude eles se apresentarão?
São eles: 

JOGADOR

PTO

REB

ASS

Outro

TIME

Marcelinho

25,8

5,8

5,3

40,7% de 3 ptos

Flamengo/CBB

Valtinho

13,0

3,6

5,8

-

Universo/CBB

Tiago Splitter

13,5

5,2

1,1

MVP da Supercopa da ACB

Tau/ACB

Marcelinho Huertas

14,6

2,7

3,9

Seleção da ACB

Bilbao/ACB

JP Batista

12,9

5,7

1,2

Campeão da Liga

Barons/Letônia

Murilo

13,0

5,0

0,3

Estatísticas com o Lukoil Academic (BUL)

Maccabi/Israel

Rafael “Baby“ Araújo

11,9

7,8

1,8

Recupera-se de lesão no joelho direito

Spartak/Rússia

Nenê

5,3

5,4

0,9

Jogou apenas 16 jogos na temporada

Denver/NBA

Leandrinho

15,6

2,8

2,6

39% dos 3 pts

Phoenix/NBA

Anderson Varejão

6,7

8,3

1,1

Poderia ter sido 26º reboteiro da NBA (só jogou 48 j)

Cleveland/NBA

Guilherme

11,8

4,7

1,0

-

Bologna/ITA

Alex

7,0

1,9

1,3

Destaque da equipe no Final Four da Euroliga

Maccabi/Israel

Paulão

17,4

9,4

0,5

Joga na 3ª divisão da Espanha

Axarquia/LEB Plata/ESP

Marcus Vinicius

6,3

4,9

0,8

Joga na 2ª divisão da Espanha

Pujol Lleida /LEB Oro/ESP

Obs: A CBB não perde a chance de cometer um deslize. Em seu release, trocou a equipe do Marcus Vinicius. O Tarragona foi seu time em 2007. 

Não tenho a menor dúvida que nossa seleção demonstrará na maior parte do tempo uma melhor postura e atuará de forma mais coletiva na Grécia. O problema estará nas situações de pressão (que não serão poucas), onde os comportamentos imprudentes de outrora tendem a se manifestar. Monsalve precisará, nos treinos e nos jogos de preparação, criar um clima extrema competição para que nossos jogadores se acostumem com os novos conceitos, mesmo nas situações mais adversas. Infelizmente, nossa tendência vem sendo sempre buscar o individualismo e/ou o caminho mais curto de um arremesso fora do padrão nos finais das partidas. Isto sem contar com os inúmeros lances livres errados. Perdemos no detalhe duas partidas para a Argentina e uma para Porto Rico no Pré-Olímpico de 2007, os quatro jogos duros do Mundial 2006 (Turquia, Austrália, Grécia e Lituânia) e os quatro jogos importantes do Pré-Olímpico de 2003 (Argentina, Porto Rico, México e Canadá).

Creio, por outro lado, que nossos jogadores já estão mais afeitos às decisões. Uma boa parte deles tem desempenhado um papel mais efetivo em seus clubes, estando em quadra na maioria dos momentos derradeiros das partidas. Para atenuar este problema, sempre defendi a convocação de um ou dois jogadores mais experientes (Ratto, Rogério, Demetrius, etc) para dar suporte à nova geração em determinadas situações mais complicadas nas partidas. Não foi feito no passado e não acredito ser mais pertinente agora. Vamos com nossos “jovens” mesmo.

Para começar a mudar esta tendência, precisamos desesperadamente de um armador de nível internacional. Monsalve está apostando suas cartas no Huertas. Sua temporada na Espanha foi bastante auspiciosa, chegando a ser escolhido para seleção do campeonato. Resta saber se teremos ditando o ritmo de nossa equipe em quadra o Marcelinho antigo ou o Marcelo novo?

Outra questão interessante está em descobrir como se apresentarão os nossos NBA. Teremos apenas um mês de treinamento, não sendo tempo suficiente para colocá-los em forma a partir da estaca zero. Além disto, precisamos saber se o foco deles estará na classificação do Brasil ou em suas vidas na liga americana. 

Monsalve precisará também aparar algumas arestas de relacionamento entre os jogadores. O mau ambiente no último Pré-Olímpico, tão decantado pela imprensa, passou uma imagem muito negativa do grupo. Falta um líder. Talvez o entusiasmo do Anderson Varejão seja o ingrediente de união que faltava, importante para transformar estes jogadores numa verdadeira equipe.

Saindo um pouco das quatro linhas, parece que a CBB dará uma atenção especial para esta seleção. Não teremos mendigaria com material, quadras inapropriadas para treinamento, problemas financeiros com os atletas (seguro, prêmios), etc. É ver para crer, sempre tendo em vista que falhas na estrutura refletem diretamente na performance dos jogadores dentro da quadra. Muitos têm criticado o tempo de preparação. Acho 40 dias o período ideal de treinamento (se todos os atletas se apresentarem em boas condições). Teremos quase isto...

Por fim, recorro à música “E se” de Francis Hime e Chico Buarque:

“...E se tiver sopa pro peão

E se o oceano incendiar

E se o Arapiraca for campeão...”

Monsalve não precisará (com todo respeito) fazer o Arapiraca ser campeão, mas no meio de tantos questionamentos quanto à performance e à atitude de nossa equipe, só nos resta desejar muita inspiração e, principalmente, transpiração ao técnico espanhol, pois ele terá muito trabalho pela frente e pouco tempo para tantas mudanças. Boa Sorte!

Críticas, dúvidas e sugestões: bbheart@bbheart.com.br