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Um Titulo justo para Marcelinho, Miguel e a Telemar
Por: José Marinho M. Dias Neto

A fórmula do Telemar foi muito simples de ser concebida e muito difícil de ser implementada no falso profissionalismo em que vive nosso basquete. A equipe foi montada em torno de alguns conceitos de competência simplesmente inimagináveis aos nossos dirigentes amadores. Oscar conseguiu captar uma boa gama de recursos, manter uma estrutura enxuta, pagar os salários em dia e foi buscar Marcelinho, o único jogador diferenciado do Brasil na atualidade. Além disto, o restante da equipe foi bem montado (apesar de algumas ressalvas), contou com uma comissão técnica de muita competência, tendo respaldo para trabalhar, e ainda teve sorte (de campeão) de as peças chaves do elenco terem se mantido longe das contusões por quase todo o tempo. O único deslize de todo este sucesso foi a escolha do local de jogo. Que o Miécimo é um dos ginásios mais modernos do Brasil, não há como negar. Mas fica muito distante do público acostumado a assistir basquete no Rio de Janeiro. Ficamos privados de assistir a muitos momentos marcantes desta campanha memorável. Uma pena!

Dentro de quadra, o que se viu foi uma equipe que começou meio claudicante, apresentando excesso de individualismo no ataque e pouca determinação defensiva. Mesmo assim, venceu seus jogos em casa. As derrotas para Franca e COC caíram como uma luva. Foi argumento que o técnico Miguel precisava para mudar o espírito do grupo. O técnico campeão mundial arriscou utilizando uma equipe baixa com dois armadores (Demétrius e Ratto). Ousou ainda mais ao posicionar Ratto como “dois”, liberando seu poder de fogo de três pontos e sua correria nos contra-ataques. Quem conhece basquete observa uma carga tática ofensiva coerente e estruturada. Além disto, a defesa mudou da água para o vinho a partir da 6a semana. O rebote passou funcionar, a padronização de procedimentos voltou a ser seguida e a postura chegou a entusiasmar em alguns momentos. A zona match up causou algum estrago também.

Outro dado curioso: o Telemar foi o rei do terceiro quarto. Será por influencia das instruções de seu treinador no intervalo???

Quanto a Marcelinho, não cairei no lugar comum de falar de estatísticas. Ele foi meu atleta em seu primeiro título como armador do pré-mirim no Flamengo em 86. Na época não passava de um baixinho magrelinho de muita habilidade como muitos que já surgiram. Sempre achei que ele devesse ter investido mais na carreira como armador. As circunstancias e seu temperamento o impediram. Mas isto não vem ao caso. O que importa é que com muito trabalho e talento ele atingiu o ápice de sua carreira aos 30 anos. Embora sua defesa ainda deixe a desejar, aquele arremessador tão mortal quanto irresponsável, cedeu lugar a um jogador completo, cheio de recursos, que continua jogando magistralmente sem a bola e que aprendeu a usar o drible com maestria. Se houvesse estatísticas de bandejas, poderíamos ver a discrepância de seus números entre 2005 e 2001 (com o Botafogo, por exemplo). Em resumo, excetuando seu chefe Oscar, não me lembro de um jogador ser tão dominante em campeonatos brasileiros.

Os demais componentes do elenco também precisam ser destacados. Sandro foi um grande nome, apesar da irregularidade. Quanto ao Aylton: meu time é Aylton e mais onze. Demétrius organizou bem a equipe, embora já apresente alguns sinais de desgaste. Ratto, em sua nova função, jogou sempre com dinamismo e precisão nos arremessos. O pessoal do banco teve o grande mérito de manter, na maioria das vezes, o ritmo dos titulares.

Apesar de toda falta de estrutura da competição, os jogadores, em quadra, salvaram o espetáculo, sendo os da Telemar os grandes solistas, protagonizando uma das campanhas mais marcantes da história dos brasileiros. Foram 35 vitórias em 40 jogos (o melhor aproveitamento de todos os tempos -  87,5%), além do recorde de vitórias consecutivas (17) e a invencibilidade em jogos com o mando de quadra (21). Números para ninguém botar defeito. Fez-se justiça. O Telemar é um grande campeão.

Alguns números da campanha:

Desempenho como mandante 21-0
Desempenho como visitante 14-5
Pontos por jogo 98,8 (2o)
Número de assists por jogo 20 (2o)
Número de erros por jogo 9,6 (1o)
% de três pontos 37,9 (1o)
% de lances livres 81,5 (1o)

Críticas e sugestões: bbheart@bbheart.com.br